sábado, 18 de agosto de 2012

Pro dia nascer feliz - João Jardim

Um filme muito bem esquematizado onde percebemos nitidamente uma diferença social, tanto financeira, quanto cultural das escolas e regiões apresentadas no filme. Mas ao desenrolar das tramas, percebemos também que os problemas estão presentes em todos os lugares, se diferem um pouco um do outro, devido às oportunidades que cada um tem, mas no final o problema de todos leva a um só destino. O insucesso escolar.

Alunas em Pernambuco

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O documentário tem inicio mostrando a realidade de uma escola no estado de Pernambuco, na cidade chamada Manari, onde nem uma escola com uma boa estrutura tem, além da ausência de muitos professores em sala de aula, os alunos contam com um ônibus para se deslocarem de seus lugares até a cidade, em uma distância de 30 quilômetros, e que às vezes o ônibus se quebra. Em meio a toda situação mostrada, existe uma garota chamada Valéria de 16 anos de idade, que mostra um ótimo dom para o aprendizado educacional e dedicação á poesia, diferentemente das condições que a escola proporciona e que às vezes professores duvidam de textos escritos pela aluna.

Alunos de Duque de Caxias-RJ
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O documentário segue até o estado do Rio de Janeiro, em uma escola pública na cidade de Duque de Caxias, onde na ocasião alunos explicam que roubam por falta do que fazer ou mesmo por ódio. Em reuniões, os professores ficam preocupados em não saber o que fazer para coibir esses tipos de situações. Em certos momentos alunos fazem brincadeiras de mau gosto com alguns professores.

            
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Professoras em conselho de classe
Na outra escola percebemos uma melhora na aparência dos estudantes e da própria estrutura da escola . Mas os problemas são praticamente o mesmo. Ainda existe uma pobreza da comunidade que limita o desenvolvimento social das crianças. Em um depoimento uma aluna dizia ser difícil programar um cinema ou um teatro na escola, já que ninguém tinha dinheiro. 

De fato os problemas com relação ao interesse dos alunos e disciplina dos professores eram os mesmos, havia uma excessiva falta de professores, que resultava diversas vezes em que os alunos eram liberados mais cedo, porque não teriam mais professores para dar aula. Uma funcionária da escola desabafa diante das filmadoras que não acreditava mais na educação. Ela dizia:

“Tá todo mundo cansado de ouvir os problemas da educação, mas ninguém faz nada.”

                          Alunas do Cólegio Santa Cruz

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Na parte final do documentário, é citada outra cidade de São Paulo e é relatada por ter uma ótima estrutura de ambiente e também por haver uma disciplina rígida, os alunos demonstram uma enorme falta de controle emocional, que causa a depressão e também a violência entre os mesmos. O filme consegue mostrar que o desinteresse dos alunos, a sabotagem educacional, não está presente somente nos colégios destinados aos populares. No colégio Santa Cruz, de São Paulo, cuja mensalidade beira os R$ 1.600 reais, encontram-se também pichações, agressões, mal-estar com a escola, alunos sonolentos, desinteressados, repetentes e que pouco valor dão aos estudos, mais interessados nas conversas e nos beijos, amizades e namoros. Por este norte, mostra-se que se a escola existe como uma coisa pensada por seus gestores e professores antes de os alunos a adentrarem; estes, por sua vez, procuram adequá-la aos seus interesses uma vez que nela se inserem. Num mesmo prédio, temos a escola tal como a fazem e pensam os gestores e professores e outra escola tal qual a fazem e pensam os alunos. O que é uma característica de toda organização: o poder de fato é sempre uma média entre o que pretendem os administradores e o que permitem e desejam os administrados, seja na escola, hospital ou penitenciária.

assista o trailer







Um comentário:

  1. O documentário Pro dia nascer feliz, relata os fatos dos aluno na escola, onde demostra a diferença na classe social. Se você para pra perceber as diferenças que tem numa escola privada para uma escola pública; na escola pública são cadeiras e mesas quebradas, falta de professores, alunos não interessados, tem briga, usuário de drogas, alunos repetentes, dentre outros; na escola privada os alunos tem cadeiras e mesas limpas, novinhas, tem aulas extras, tem esportes como natação, futebol, vôlei, tem aula de dança e muitos outros, portanto, na maioria das escolas privadas pra conseguir a vaga tem que fazer uma prova para provar o conhecimentos dos alunos, já para não ter o fato de alunos que não sabem de nada essas coisas assim.
    Então, na minha opinião o autor João Jardim quis expressar as classes social entre a escola publica para a privada.

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